A primeira reunião ordinária da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) de 2020 aconteceu nesta quinta-feira (6), antecipada em uma semana em razão do estado de emergência decretado pelo Governo Federal com o novo coronavírus. O encontro contou com a ampla participação dos gestores de saúde do país, tanto dos estados quanto das capitais e municípios do interior. 

O presidente do Conasems, Wilames Freire, cobrou em sua fala o compartilhamento de decisões e estratégias entre estados e municípios. “Planos de contingência têm que ser construídos em conjunto e não somente pelas Secretarias Estaduais de Saúde. As pessoas moram nos municípios, e não nos estados ou no Ministério da Saúde. Não cabe tratar um assunto dessa magnitude como vaidade política porque o que está em jogo é a segurança e  bem-estar da nossa população”.   

Wilames Freire ressaltou a importância de ações articuladas entre as três esferas de governo

Alguns dos dos 22 secretários municipais de saúde das capitais presentes foram convidados a explicar as medidas têm adotado para orientar equipes de saúde e a população. “Investimos em comunicação dinâmica para que tenhamos informações de dentro e de fora dos sistemas de saúde. Isso auxilia na capacitação dos nossos profissionais porque o conhecimento no trato do coronavírus é limitado, então precisamos instruir as equipes de saúde com o que já se sabe sobre o vírus e oferecer auxílio em todos os níveis em caso de contágio na população”, explicou o gestor municipal de Recife – PE, Jailson Correia. 

O secretário municipal de saúde de Campo Grande – MS, José Mauro Castro, cobrou maior atenção do Ministério em valorizar a Vigilância em Saúde nos municípios. “Nosso país é fronteiriço e cada unidade da federação vive uma realidade diferente. Lá em Mato Grosso do Sul, por exemplo, as divisas com Paraguai e Bolívia nos deixam em estado de alerta. Aproveito a oportunidade para pedir mais investimento nas Vigilâncias Sanitárias nos municípios porque momentos como esse mostram como é importante o fortalecimento dessa área”. 

O coronavírus dominou as discussões na saúde, mas para a gestora municipal de Curitiba, Marcia Huçulak, outras doenças no Brasil preocupam mais. “Os casos de dengue, sarampo e febre amarela merecem o olhar atento tanto da União, como de estados e municípios. Têm regiões do país que estão com números preocupantes e a mobilização conjunta para conter o avanço dessas doenças que matam brasileiros é essencial”, comentou a secretária. 

 

Números do novo coronavírus

De acordo com apresentação feita pelo secretário de vigilância em saúde Wanderson Oliveira, a última atualização sobre o coronavírus foi feita na quarta-feira (5) e aponta que, no mundo, já são 24.554 casos confirmados, sendo 24.363 deles somente na China. Por enquanto, foram registrados 3.219 casos graves, sendo que 86% deles estão em território chinês. Foi informado também que já registraram 492 óbitos. No Brasil, 9 casos suspeitos estão em observação pelo Ministério da Saúde. Confira na íntegra a apresentação. 

Ministro Mandetta afirmou que o carnaval e outros eventos não iram parar frente a epidemia eminente

O ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta afirmou que há chances reais do vírus chegar ao Brasil, mas que todo o planejamento está sendo feito com cautela e que o impacto na saúde será mínimo.  “Nós temos cenários totalmente assimétricos, desde o que não vai ter nenhum caso, passando pelo cenário intermediário, em que se replicaria mais ou menos aquela situação da China. E o cenário de risco elevadíssimo, de megaepidemia. O Ministério da Saúde tem trabalhado basicamente com o intermediário. Acho que esse deve ser o tom da cautela”. Sobre o carnaval, o ministro foi enfático ao dizer que “vida que segue. O mundo não vai parar, as pessoas têm necessidade de se deslocar, de fazer negócios e turismo. Nós temos que fazer recomendações à população sobre higiene constante”.

 

Fonte: www.conasems.org.br